terça-feira, 31 de março de 2009

medo, raiva, angústia.

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Parece que jaz há muito tempo o século em que sentia medo, raiva e amor.

Uma era apocalíptica, cujas batidas de coração se intensificavam com o nascer do sol

de um sorriso longínquo. Tão longínquo capaz de esconder as falhas e a razão.

Esse tempo passou, enfim.

Com um novo milênio, uma onda de fogo invadiu meu céu, e apavorada, me escondi ns braços do que nunca senti, até enlouquecer.

O vicio me chamava, me torturava, me fazia suar. Porém, o tempo frio chegou, obrigando com palavras fortes

a me soltar dos braços já sangrentos e machucados pelas minhas unhas foscas.

Soltei-me. Contra a minha vontade, contra a vontade da emoção. E logo que soltei, fiquei perdida, com os olhos cegos e o orgulho intacto.

E hoje, me sinto um cavaleiro derrotado, com a espada presa à pedra e a peste dominando-me pouco a pouco. Não sinto mais o nascente cegando-me, nem temo mais a onda de calor. Temo pelas noites mal dormidas e pelo frio da madrugada. Não tenho mais forças, não tenho mais medo.

Quando a última lágrima cai, dois braços me ajudam a descravar a espada da pedra de minha emoção. Logo, olho nos olhos de quem me liberta e me perco.

Sinto medo, sinto ódio, sinto angústia.

[LuH]


2 comentários:

  1. "Mamãe... Quando eu crescer eu quero escrever tão bem quanto a Luh!"

    Não precisa explicar, né?

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  2. tão belo poema, cercado de imagens que nos fazem emergir dos abismos e visitar o mais profundo de nós mesmos, encontrei teu blog por acaso, erro de digitação, mas agora que este acaso me faça colher mais uma rosa para perfumar minha poesia mais bela, a vida.


    saudações

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